O grande impacto das pequenas corrupções

Um grupo de pesquisadores de Nova Iorque produziu um documentário sobre porque somos desonestos. Trata-se do projeto (Dis)honesty. No documentário, ele descreve um experimento iniciado em 2002 chamado Matrix Experiment. Neste experimento, um teste com 20 problemas matemáticos foi apresentado a voluntários. Os problemas eram de baixa complexidade e os voluntários tinham apenas cinco minutos para resolvê-los. A qualquer momento, quando terminassem a prova, eles poderiam se levantar, conferir o gabarito, triturar a prova e dizer ao investigador quantas questões acertou.

Ao final, para cada resposta correta, o voluntario ganhava um dólar. O que o voluntario não sabia é que o triturador mantinha as provas intactas, permitindo o pesquisador confrontar o resultado real com o informado. Desta forma, poderia se detectar quantos deles estavam trapaceando.

Na média, os voluntários acertaram quatro questões, mas reportavam terem acertado seis questões. Das 40000 pessoas participantes do estudo, aproximadamente, 70 % delas trapacearam.

Vinte voluntários, “os grandes trapaceiros”, disseram acertar tudo, que resultou em um $400 dólares de custo para o estudo. Os pequenos trapaceiros somavam 28000 indivíduos, os quais corresponderam a um custo de $50000 dólares ao estudo. O impacto econômico dos pequenos trapaceiros foi maior do que o causado pelos grandes trapaceiros. Provavelmente, isto também ocorre na vida real. As “pequenas desonestidades” não parecem ser tão pequenas.

Algumas conclusões dos pesquisadores:

  • Mentimos para nos mesmos, achando que somos melhores do que os outros. È o viés do otimista. Isto ocorre quando dizemos: “Isto nunca vai acontecer comigo”, “Posso engordar que nunca vou ter um infarto”. Este viés do otimista acontece em 80% das pessoas.
  • Sabemos que mentimos para nós mesmos, mas com o passar do tempo, passamos a acreditar na mentira como se aquilo fosse verdade. Uma vez que você mente, fica mais fácil mentir consecutivamente. Exames de ressonância magnética demonstraram que a primeira mentira provoca altas atividades cerebrais na insula e na amígdala. Na 10ª vez, uma mentira com a mesma magnitude, provoca uma resposta cerebral bem menor. A mentira fica cada vez mais fácil de ser proferida.

A solução:

  • Ensinar desde cedo, a honestidade pode ser uma alternativa para um mundo mais ético.
  • Outra alternativa é ter um código moral sempre em mente.

Para saber mais sobre o projeto, visite o site https://www.thedishonestyproject.com/ (em inglês) ou o site do Politize (em português).

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